segunda-feira, 26 de novembro de 2012


Estudo Biblico A Perda dos
Bens Terrenos Evangélica Gospel


A Perda dos Bens Terrenos

Jó 1:13-21


“Nu sai do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21).

INTRODUÇÃO

Imagine um dia que começa como qualquer outro. Você se levanta para ir ao serviço e, chegando na firma, encontra as portas lacradas. A firma fechou, sem aviso. Você, inesperadamente, ficou desempregado. Tendo obrigações para cumprir, você decide ir ao banco para sacar dinheiro e pagar algumas contas que estão vencendo. Mas, chegando ao banco, eles dizem que sua conta foi fechada, sem explicação, e que você não tem nenhum centavo. Você resolve voltar para casa, ainda tentando entender o que está acontecendo. Chegando perto de sua rua, você percebe vários bombeiros e ambulâncias correndo por todos os lados. Seus vizinhos estão na rua, chorando inconsolavelmente. Antes de você chegar até sua casa, um dos vizinhos chama você e fala palavras que jamais esquecerá: “Aconteceu tão rápido”, ele diz, “que não foi possível salvar ninguém. A casa, de repente, explodiu. Todos que estavam dentro morreram. Eu sinto muito. Todos os seus filhos estão mortos.” Alguns dias passam. Você acorda num lugar estranho. Olhando para seu redor, percebe que está num hospital. Você está sentindo dores terríveis, e uma coceira constante. Depois de algumas horas de sofrimento, a enfermeira avisa que está na hora de visita. No seu caso, várias pessoas serão permitidas entrar para visitá-lo. A primeira pessoa que entra no quarto é sua esposa. Precisando muito de uma palavra de consolo e de explicação, você olha para ela com tanta esperança, nunca imaginando o que ela vai falar. Ela chega perto da sua cama e começa a gritar: “Eu não entendo a sua atitude”, ela diz. “Sua fé não vale nada. Você confia num Deus que fez tudo isso? Amaldiçoe o nome de Deus e morra!” Com essas palavras, ela sai do quarto. Enquanto você procura entender tudo isso, chegam alguns amigos seus. São velhos amigos, sempre prontos para ajudar. Agora será consolado! Mas, eles entram no quarto, vêem seu estado crítico e seu corpo desfigurado pela doença, e não falam nada. Ficam com a boca aberta, olhando, mas não acreditam. Depois de um longo período de silêncio, um deles fala: “Você mereceu isso. Você deve ter feito alguma maldade muito grande, e Deus está te castigando. Ele tirou todos os seu bens e matou seus filhos. Ele causou esta sua doença. Ele fez tudo isso porque você é mau!” Você começa discutir quando um dos outros concorda com o primeiro, e depois outro também concorda com eles. Não adianta discutir. Para eles, você é um detestável pecador que deve sofrer mais ainda. De repente, algumas crianças passam no corredor. Você se anima, porque crianças sempre trazem alegria e amor. Mas, estas crianças param na porta, vêem a feiúra do seu rosto e corpo, e saem correndo. “Nunca vi nada tão feio”, uma delas comenta. Esta paráfrase, usada por Dennis Allan, explica que isto pode acontecer com qualquer pessoa. A Bíblia Sagrada mostra que um homem, cuja fidelidade e retidão foi testemunhada pelo próprio Deus, passou por isso, seu nome era Jó. Este homem, fiel e abençoado por Deus, perdeu, num dia só, todas as suas posses e todos os seus filhos. Logo depois, foi atacado por uma terrível enfermidade. A própria esposa foi contra este homem de Deus, e disse: “Amaldiçoa a Deus e morre” (Jó 2:9). Os amigos o condenaram e discutiram com ele para provar a sua culpa (a maior parte do livro relata essas discussões – Jó 2:11- 37:24). Todos os conhecidos dele, até as crianças, o desprezaram (Jó 19:13-19). Você sabe qual foi a sua reação? Diz a Bíblia que “Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou, e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome  do Senhor” (Jó 1:20,21). Qual seria a nossa reação diante das perdas materiais, filhos, empregados, amigos dignidade, reputação…?  Como devemos nos comportar diante de tais acontecimentos? Nesta Aula, à luz da vida de Jó, estudaremos os princípios bíblicos para o crente lidar com as perdas no decurso da vida.

I. JÓ E A EXPERIENCIA DAS PERDAS HUMANAS

Jó era um homem especial, um exemplo impressionante em sua época e em nosso era. Logo no início do livro, ele é apresentado como homem extremamente correto, inculpável, íntegro, irrepreensível, justo, precavido (”evitava fazer o mal”), reto (”andava na linha”) e temente a Deus (cf Jó 1:1). Duas vezes o próprio Deus afirma que Jó era sem igual: “No mundo inteiro não há ninguém tão bom e honesto como ele” (Jó 1:8; 2.3). Mas, Jó não era ímpar somente em seu caráter. Também, no que diz respeito à prosperidade, ele era aprovado e bem-sucedido em tudo. Jó tinha saúde, família, riquezas e muita gente a seu serviço. Era “o homem mais rico do oriente”: possuía 11.500 cabeças de gado. Mas, em um mesmo dia, no dia do aniversário do seu filho mais velho, Jó recebeu quatro más notícias seguidas, uma imediatamente após a outra. De uma hora para outra, perdeu tudo. As perdas foram provocadas por: calamidades sociais, calamidades sobrenaturais, calamidades meteorológicas e  calamidades físicas. Foi uma experiência altamente bombástica. 

a) Perdas decorrentes de calamidades sociais.

Diz o texto sagrado que era o dia de festa na casa do filho mais velho, ou seja, estava-se no início do turno de dias dos costumeiros banquetes do patriarca. Ao fim desse turno é que Jó incumbia-se de fazer um sacrifício a Deus em favor de seus filhos. Portanto, podemos entender que o dia escolhido pelo adversário era o do começo do turno dos dias, ou seja, o momento mais distante do de maior devoção do patriarca. É sempre assim, o inimigo procura atuar no momento em que estamos mais apegados às coisas materiais, mais distantes da adoração a Deus. É por isso que devemos ser sempre vigilantes e jamais deixarmos de estar em oração e comunhão com Deus (cf. 2Ts 5:17). No momento mais distante da adoração, o adversário, que, na sua mente, entendia que o patriarca servia a Deus unicamente pelos benefícios dEle recebidos (como muitos crentes que servem a Deus, atualmente, por causa da prosperidade material), tratou de, imediatamente, atacar Jó no seu patrimônio, mediante o furto de seus bois e jumentos (Jó 1:14,15). Os sabeus, povo descendente de Cão (Gn 10:7), eram cruéis e sanguinários, tanto que, além de furtarem, mataram todas as vítimas, não deixando nada a desejar em relação aos latrocidas dos nossos dias. Logo percebemos que estas pessoas criminosas são grandes instrumentos do adversário e lhe servem a seus propósitos. Temos, neste episódio, a certeza de que é fundamental a proteção de Deus sobre o patrimônio do ser humano. Mas não foi esta a única calamidade social vivida por Jó. As Escrituras também registram que a terceira má notícia recebida pelo patriarca, naquele dia, foi o roubo de seus camelos por parte dos caldeus (Jó 1:17), que, organizados em três bandos, também mataram a todos os servos, menos o que veio dar a triste notícia para Jó, levando seus camelos, que eram seus animais de transporte. Apesar de toda essa perda, Jó não se revoltou, não se indignou, não ficou clamando por vingança ou postulando a pena de morte para os delinquentes, mas chegou à constatação de que tudo que estava sob o seu domínio era de Deus e que Ele poderia, legitimamente, permitir a sua retirada. Não devemos prender nossos corações nas coisas que possuímos, ainda que angariadas com o suor do nosso rosto, pois “a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc 12:15b), não sendo nosso propósito ajuntar tesouros na terra, “onde a traça e a ferrugem tudo consomem e onde os ladrões minam e roubam” (Mt 6:19). A reação de Jó foi agradável a Deus, pois diz o texto que Jó não pecou ao assim reagir (Jó 1:22). Será que temos nos mantido sem pecado quando somos, igualmente, vítima dos ladrões? Que, diante das calamidades sociais, possamos, como Jó, não pecar e adorar ao Senhor. 

b)  Perdas decorrentes de calamidades sobrenaturais.

Mal o patriarca recebera a notícia de que havia perdido parte significativa do seu gado por obra dos sabeus, os criminosos de seu tempo, chega outro servo remanescente com a notícia de que o restante do gado havia sido consumido de forma sobrenatural, pois “fogo de Deus caiu do céu e queimou as ovelhas e os moços, e os consumiu” (Jó 1:16). Estamos aqui diante de uma calamidade sobrenatural, ou seja, de uma calamidade que não tem explicações entre os fenômenos da natureza; que a física e, por extensão, a ciência e o conhecimento humano não podem explicar. Quando lemos o livro de Jó, sabemos que foi uma operação satânica permitida por Deus, mas o patriarca nada sabia, assim como, muitas vezes, não sabemos os desígnios divinos em nossas provações. No desespero, o único sobrevivente, um servo de Jó, identifica este fogo como sendo “fogo de Deus”, mas jamais um “fogo de Deus” iria ter uma finalidade destrutiva, iria matar e destruir os bens de um servo fiel ou seus empregados, inocentes que eram diante de seu patrão. O fogo destruidor foi, sem dúvida, uma demonstração inequívoca de poder sobrenatural, de poder acima do poder humano, mas não era de Deus, pois, Deus não veio para matar, roubar e destruir. É preciso termos cuidado com fenômenos sobrenaturais que aconteçam à nossa volta, pois o adversário é especialista em imitar o que Deus faz, como, aliás, dá-nos conta a Bíblia Sagrada (2Co 11:14). 

c) Perdas decorrentes de calamidades meteorológicas.

Mal havia o servo remanescente contado a Jó a perda sobrenatural de suas ovelhas e dos empregados que dela cuidavam, chega a mais dolorida de todas: “um grande vento sobreveio além do deserto e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os mancebos, e morreram“ (Jó 1:19). Agora, era um fenômeno meteorológico que ceifava a vida dos filhos de Jó. Apesar de ter perdido seus filhos por causa deste “grande vento”, Jó não fez como muitos que, mesmo desabrigados e necessitados, após estas catástrofes, maldizem e blasfemam do nome do Senhor, literalmente culpando a Deus pelas catástrofes que aconteceram em suas vidas (esquecendo-se, muitas vezes, que elas são resultado de sua própria imprudência e vida desregrada). Em tudo isto, Jó não pecou, não atribuindo a Deus falta alguma. Será que temos agido assim, ou temos feito coro com os desabrigados e necessitados rebeldes, muitas vezes maldizendo a tudo e a todos pelas cenas que presenciamos ou pelo que tenhamos sofrido na própria pele? Mais importante do que um patrimônio, do que os próprios entes queridos que venhamos a perder, está a nossa salvação eterna. Que catástrofes naturais não nos façam perder a salvação e criarmos para nós mesmos uma catástrofe muito maior e, o que é pior, eterna! 

d) Perdas decorrentes de calamidades físicas.

Satanás, mais uma vez, mostra seu engano e Deus, sabedor do que segurava Jó, permite que seja também provado na sua integridade física, na sua saúde. Assim que foi permitido por Deus – Deus não permitiu ao adversário que tocasse na vida de Jó (prova de que só Deus tem o poder sobre a vida de um ser humano) -, o adversário impõe a Jó uma chaga maligna, que o atingiu dos pés à cabeça, uma doença horrível que trouxe grande sofrimento ao patriarca. O texto sagrado afirma-nos que ele mal foi reconhecido pelos seus amigos, o que indica que a doença era deformativa; que a doença atingia a sua pele e que perturbava o seu sono, pois devia haver uma intensa dor. Era algo pior do que um câncer, era como uma espécie de elefantíase, segundo os estudiosos das Escrituras. Se vier sobre nós a prova da doença, a prova da enfermidade, devemos pedir a Deus a cura, mas sempre sabendo que, muitas vezes, não é propósito de Deus nos curar mas, através de nossa doença (e até morte), glorificar o Seu nome através de nós. A doença não é, como muitos andam dizendo por aí, firmados na falsa doutrina da confissão positiva, um sinal de pecado, tanto assim que Jó não tinha pecado e ficou doente, como também não tinha pecado o profeta Eliseu, que morreu de uma doença que teve e da qual não foi curado (2Rs 13:14), como também o próprio cego de nascença, cuja doença foi curada para glória do nome de Deus (Jo 9:1-3). A doença pode ser de causas físicas e naturais, como também, por operação maligna, como no caso de Jó. O fato é que, em havendo a enfermidade, devemos nos manter na disposição do mestre, descansando nEle e não perdendo a fé.

II. A PERDA DOS BENS

Apesar de ser um homem justo e temente a Deus, Deus permitiu que Satanás destruísse o rebanho, as posses, os filhos e  a saúde de Jó. Em um mesmo dia, Jó perdeu: - Todo o gado (7.000 ovelhas, 3.000 camelos, 1.000 bois e 500 jumentos). - Todos os empregados (administradores, agricultores, boiadeiros, cortadores de lã, guardas das torres de vigia, plantadores de capim, roçadores de pastos, tiradores de leite, tratadores de animais, vendedores de gado, etc). Só escaparam aqueles que vieram trazer essas notícias. - Todos os dez filhos (três mulheres e sete homens). Estavam todos comendo e bebendo na casa do irmão mais velho, quando o furacão atingiu a casa e a derrubou sobre eles. No dia seguinte, havia dez caixões de defuntos para Jó enterrar. Jó perdeu todas as suas posses e seus filhos. Apesar de tudo isso, ele recusa-se a negar a Deus, embora não compreenda o porquê de todos estes males. Satanás imaginava que ninguém permaneceria firme na sua devoção e adoração a Deus diante da perda dos bens materiais e, principalmente, dos filhos. Ele estava enganado. Jó passou por toda expressão normal de dor e luto. Ele “rasgou o seu manto” (Jó 1:20), roupa usada especialmente pela nobreza ou por homens em posições elevadas; esta ação talvez simbolizava seu coração quebrantado (veja Jl 2:13). Ele “rapou a sua cabeça” (Jó 1:20) – parte de uma prática comum em rituais de luto, como mostram outros textos (veja Is 15:2; Jr 7:29; Ez 7:18; Am 8:10). Ele “se lançou em terra, e adorou” (Jó 1:20), isto é, ele prostrou-se em uma atitude de humildade e submissão a Deus e continuou a adorá-lo em meio à severa adversidade. Ele disse: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21). Este versículo mostra a completa submissão à vontade de Deus que caracterizava Jó e que é uma marca da integridade fundamental que ele mantinha. Embora essa declaração dos seus lábios possa ser uma “fórmula de submissão”, ela revela Jó engrandecendo a Deus em vez de amaldiçoá-lo ou se rebelar contra Ele. “Em tudo isto” (Jó 1:22) – tanto naquilo que aconteceu a Jó como no que ele disse e fez – não houve qualquer expressão de transgressão: “Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma”. Ele não viu em Deus nenhuma ação inapropriada, responsável ou culpável. Jó sobreviveu a todas as intempéries e fazia sua pública profissão de fé: “Eu sei que o meu Redentor vive, e que no fim se levantará sobre a terra” (Jó 19:25). Jó é um dos mais notáveis exemplos de resistência frente às vicissitudes pelas quais o ser humano pode passar. Qual deve ser a nossa atitude quando perdermos um bem que consideramos precioso? A mesma de Jó: completa submissão à vontade de Deus. Deus deve ser honrado tanto nos momentos de desgraça como nos momentos bons. Devemos nos conscientizar que “… nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele” (1Tm 6:7,8). Portanto, não devemos colocar nosso coração em coisas que terão baixa durabilidade comparada ao tempo que nos está destinado na eternidade. Também é preciso entender o real lugar que os bens ocupam em nosso coração. Se eles ocuparem o lugar destinado apenas a Deus, Deus se encarregará de nos ensinar a finitude dos bens materiais, seja por perda repentina, seja por degradação com o passar do tempo. E Deus fará isso por amor a nós, para que nos lembremos que Ele é o nosso maior bem. O Deus que dá pode também tirar, de acordo com sua sabedoria e vontade.

III. MESMO NA PERDA PODEMOS DESFRUTAR O AMOR DE DEUS

1. Sua Graça. Jesus disse ao  apóstolo Paulo: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12:9). Esse é o grande paradoxo do cristianismo. A força ao dizer que é forte, na verdade, é fraqueza; a fraqueza ao dizer que é fraca, na verdade, é força. O poder de Deus revela-se nos fracos. Paulo pediu para Deus substituição, mas Deus lhe deu transformação. Deus não removeu sua aflição, mas lhe deu capacitação para enfrentá-la vitoriosamente. Deus não deu explicações para Paulo, fez-lhe promessas:”A minha graça de basta“. Não vivemos de explicações, vivemos de promessas. Nossos sentimentos mudam, mas as promessas de Deus são sempre as mesmas. O apóstolo se contenta com a resposta do Senhor e declara: “De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo“. Em vez de murmurar e se queixar do espinho na carne, ele se gloriaria nas fraquezas. Dobraria os joelhos e agradeceria ao Senhor por elas. Suportaria de bom grado, desde que o poder de Cristo repousasse sobre ele. O sofrimento do tempo presente não é para se comparar com as glórias por vir a serem reveladas em nós (Rm 8:18). A nossa leve e momentânea tribulação produz, para nós, eterno peso de glória (2Co 4:17). Aqueles que tem a visão do Céu são os que triunfam diante do sofrimento. Aqueles que ouvem as palavras inefáveis do paraíso são aqueles que não se intimidam com o rugido do leão. O sofrimento é por breve tempo, o consolo é eterno. A dor vai passar, o Céu jamais! A caminhada pode ser difícil, o caminho pode ser estreito, mas a graça de Cristo nos basta. 

2. Seu amor. Ainda que percamos os mais preciosos bens, podemos desfrutar do amor de Deus. Deus é amor (1 João 4:8b) e, portanto, tudo o que faz em relação ao homem e a todos os demais seres do Universo é fruto deste Seu caráter amoroso. O amor de Deus não tem limites e não podemos, portanto, medi-lo de forma racional, mas somente através de uma experiência direta com o Senhor (Ef 3:17-19), ainda que, muitas vezes, queiramos limitar o amor de Deus segundo os nossos conceitos e as nossas experiências com Ele. É no momento da luta, da dificuldade, do problema insolúvel, que vemos quão grande é o amor de Deus que está em Cristo nosso Senhor! Quando o Senhor nos coloca no meio do fogo, no meio das águas e nós, apesar de todo o calor, de todas as ondas, sentimos que não podemos, em absoluto, caminhar, mas, então, vemos que o Senhor, embora tenha permitido que ali estivéssemos, vem com Sua forte mão nos socorrer, nos amparar e nos levar até o porto seguro. É nesse momento que presenciamos que o Senhor está no absoluto controle de todas as coisas e que todas as coisas que estão acontecendo, embora pareça serem danosas para nós, embora sejam, efetivamente, doloridas e amargas nesse momento, estão dentro de um propósito de Quem nos ama, de Alguém que não quer nos destruir, mas nos aprimorar, de Alguém que quer aprofundar Seu relacionamento conosco. A provação é uma demonstração do amor de Deus, é uma prova de que o nosso Deus é um Deus presente, um Deus que tem prazer em fazer que o homem cresça espiritualmente, vá de glória em glória e siga sempre para a infinita caminhada em busca da perfeição espiritual. Ao contrário dos deístas, vemos que o nosso Deus não nos abandonou após a criação nem nos deixa à própria sorte, submetidos a leis por Ele estabelecidas para a ordem cósmica, mas é um Deus que, embora tenha criado leis para este Universo, é humilde e amoroso o suficiente para vir até o nosso encontro, inclinar-se para nos ouvir e estar ao nosso lado no difícil, mas importante, processo de crescimento e desenvolvimento espiritual. Ele faz isto porque nos ama, porque quer o nosso bem (Rm 8:28). 

3. Deus intervém na história. A Bíblia Sagrada está repleto de fatos que mostram que Deus é o ser soberano que intervém na história da humanidade. “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade“ (Is 46:9,10). A intervenção de Deus na história da humanidade é bastante notória. Infelizmente há muitos que não enxergam essa realidade. Os chamados “deístas”, ou seja, aquelas pessoas que aceitam a existência de Deus (ou de um “deus”), não acreditam que haja intervenção divina no processo histórico da humanidade. Eles afirmam que Deus é simplesmente como um relojoeiro que, depois de criar seu mecanismo, deu “cordas e o abandonou à mercê do destino”. Todavia as evidências mostram que eles estão equivocados, pois Deus se preocupa, sim, com o processo histórico da humanidade. Em todas as dispensações Deus interveio na história da humanidade; a Bíblia está repleto de fatos. Ele intervém tanto há história geral (João 3:16,17), envolvendo toda a humanidade, como também na individual (Sl 8:3,4; João 9:1-41) de cada pessoa, trazendo consolo, esperança e paz (Tt 2:11-14). Deus interveio na vida de Jó. Depois de grandes e significantes perdas, angústias, dores e sofrimentos indescritíveis, o patriarca foi miraculosamente restaurado, enquanto orava por seus amigos; e o Senhor acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía (Jó 42:10). Ele morreu velho e farto de dias (Jó 42:17). A restauração das riquezas de Jó revela o propósito de Deus para todos os crentes fiéis. Deus nunca permite que o crente sofra sem um propósito espiritual, embora talvez ele não compreenda por que. Nesses casos o crente deve confiar em Deus, sabendo que Ele, na sua perfeita justiça, fará o que é sempre melhor para nós e para seu reino. Por maiores que forem as aflições ou dores que os fiéis tenham que passar, Deus, no momento certo, estenderá a mão para ajudar os que perseverarem, concedendo-lhes cura e restauração totais. “Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso” (Tg 5:11).

CONCLUSÃO
A sucessão impiedosa dos acontecimentos que levaram Jó à ruína são a demonstração de que tudo o que somos e tudo o que temos depende da indispensável proteção divina. Foi Deus permitir que o adversário atingisse Jó, que tudo, num só dia, foi destruído. Que tenhamos sempre em mente que nada do que somos ou do que temos depende de nós, mas é uma concessão da vontade de Deus. Daí porque ter Jeremias se expressado em suas lamentações: ” as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos” (Lm 3:22a).

segunda-feira, 19 de novembro de 2012


Estudo Biblico O Que Fazer Para Ser
Transformado? Evangélica Gospel


O Que Fazer Para Ser Transformado?


A vontade de transformação em si já externa certa mudança no ser. É quando nos inquietamos com a vida que surgem as indagações e a necessidade de respostas a nos desvendar novos caminhos. A transformação verdadeira ocorre de dentro para fora, ela faz uma reviravolta na alma que percorre lugares antes desconhecidos. E essa novidade que chega por vias espirituais só renasce quando ocorre o arrependimento, simbolizado tão perfeitamente no batismo por imersão e emersão: mergulhar e ressurgir nas águas. 

A etimologia da palavra Batismo comporta também a inteira simbologia da ação de sepultar um morto "baptizein" = mergulhar, imergir. Sepultado na imersão (mergulho nas águas) e renascido na emersão ( retornar à vida).

"Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade, te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus." João 3:3-5 

O novo nascimento, simbolizado no batismo, é o encontro da alma com o Criador com Aquele que nos redime, limpa, perdoa, salva e liberta para uma viva esperança. Não é um encontro superficial, mas de entrega. Confiamos nossa vida ao Pai para que Ele passe a dirigir nossa vida como filhos, de fato. Herdeiros oficiais do testamento cumprido na Cruz do calvário que de forma sobrenatural traz beneficiários os que reconhecem Cristo como Salvador e Senhor. Em simbologia: recebemos um seguro através da morte e ressurreição de Cristo. O prêmio é a vida Eterna com Ele.

Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor. Romanos 6:23 

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que segundo a sua misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança,mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. I Pedro 1:3.

O novo nascimento é obra do Espírito Santo de Deus. Ao buscarmos a Deus com todo nosso coração, Ele se revela a nós. Isso é feito de forma muito simples. Na oração intensa e sincera, realizada de forma solitária, ou em grupo. No conhecimento da Palavra de Deus: ler e ouvir. A Palavra de Deus em Si é suficiente para conduzir e sustentar a todo e qualquer homem que em ato de humildade e reconhecimento dos pecados se entrega a Cristo para ser transformado. 

Disse-lhe Jesus: Eu sou O caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. João 14:6

Jesus é o Único intercessor dos homens diante de Deus. Além dele, não existe nenhum outro. Ele é o Único caminho pelo qual os homens recebem essa transformação para nova e eterna vida. 

Nova Vida em versos Bíblicos:

I. O que significa ser transformado?

- Arrepender-se e crêr no Evangelho (Mc 1.15);
- É o reino de Deus na vida (Mt 4.17);
- Receber o Evangelho do reino de Deus (Lc 4.43);
- Crucifica o velho homem (Rm 6.6);
- Nascer de novo (Jo 3.3);
- Não permanecer nas trevas (Jo 12.46)

II. Como alcançar a transformação?

- Transformai-vos pela renovação da vossa mente (v. 2);
- Pela lavagem da regeneração (Tt 3.5);
- Nascer da água e do Espírito (Jo 3.5);
- Através da graça (2Tm 1.9);

III. Efeitos da transformação da vida

- Oferece o corpo em sacrifício a Deus (v. 1);
- Conhece a vontade de Deus (v. 2);
- Não fica conformado com este século (v. 2);
- Vitória sobre o mundo (1Jo 5.4);

- Subirá para o reino celestial (2Tm 4.18);

É de fundamental importância que os novos convertidos procurem se congregar em uma igreja que preze pelo ensino da Palavra de Deus. Entre outras coisas, a comunhão com os irmãos produz consolo e crescimento. 

Deus abençoe sua vida, sua nova vida! 

Estudo Biblico O Deus da Vida Contra os
deuses da Morte Evangélica Gospel


O Deus da Vida Contra os deuses da Morte


Por que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó deixou o jovem José ir justamente para o Egito? Por que Jacó e sua família, inicialmente com 70 pessoas, teve de se dirigir para lá (Êx 1.1-5), estabelecendo-se no Egito e tornando-se ali um grande povo (Êx 12.37) antes que o Senhor os conduzisse de volta à Terra Prometida? 

Existem diversas razões, e uma delas parece ser que o Deus da vida confrontou os deuses da morte. Um povo que representava o Deus vivo foi enviado a um povo que, naquela época, representava a morte como nenhum outro, que era literalmente dominado pela morte. Nesse encontro e nessa confrontação entre o povo de Israel e os egípcios já encontramos uma indicação antecipada do Evangelho e do envio de Jesus a este mundo de morte.

O Egito era a corporificação do culto à morte. Nesse povo, tudo era voltado para a morte. Ainda hoje, as grandes pirâmides, gigantescas sepulturas, são testemunhos da morte todo-poderosa. O enorme rosto de pedra da Esfinge de Gizé olha há 4.500 anos na direção do sol nascente, expressando o anseio por ressurreição e vida após a morte. Os tesouros dos túmulos, a arte de embalsamar os mortos, os templos e os símbolos consagrados à morte, as inscrições nas paredes dos santuários, os livros dos mortos com histórias acerca da viagem dos falecidos ou os 2.000 deuses egípcios manifestam esse anseio. Um dos deuses principais era Ra, o deus do sol. Todos os dias Ra passava pelo céu em seu barco solar, indo da terra dos vivos no Oriente à terra dos mortos no Ocidente. Por essa razão, a maior parte dos sepulcros se encontram na margem ocidental do Nilo. Osíris era o deus da morte e o senhor do reino da morte. Antes que os mortos entrassem no reino de Osíris, tinham de passar por um teste. Seus corações eram pesados em uma balança, sendo comparados com o peso de uma pena. Se o coração fosse mais pesado que a pena, a alma era tragada. Boas obras e rituais feitos em vida deveriam impedir isso. A caminho do além havia muitos perigos à espreita, por exemplo, monstros ameaçadores. Para chegar em segurança ao reino dos mortos, alguns rituais tinham de ser executados. Se um ritual deixasse de ser feito ou não era executado com perfeição, a alma era condenada às trevas eternas. 

Os antigos egípcios acreditavam numa vida após a morte, por isso seus sepulcros eram equipados com camas, jogos, cosméticos e até alimentos. Muitos faraós foram enterrados juntamente com seus barcos, para que pudessem acompanhar Ra em sua viagem diária pelo firmamento. Na preparação dos cadáveres para a conservação, os órgãos eram retirados e depositados em recipientes especiais. Os sacerdotes abriam a boca da múmia para garantir que o morto conseguisse respirar, falar e comer no além. O coração era considerado a sede da alma, por isso era deixado no corpo. Os antigos egípcios penduravam amuletos, muitas vezes dúzias deles, nas múmias. Eram talismãs, por exemplo, o “olho de Horus”, para dar sorte e protegê-los. Pesquisadores encontraram tiras de linho, enroladas em uma múmia, que somavam 4,8 quilômetros de comprimento.

O Egito era o potência mundial da sua época e representava toda a situação do mundo de então, um mundo cativado pela morte, que ansiava por vida eterna e fazia infinitas tentativas de driblar a morte e ganhar a vida. 

O Deus da vida, que se apresentou a Moisés como o Deus dos vivos (compare Êx 3.6 e Mc 12.26-27), fez ir ao Egito, ao “vale da morte”, o povo que Ele escolhera e chamara, através do qual viria a nascer o Salvador, Jesus Cristo. A vida de José já lança uma luz profética sobre Jesus Cristo. E Moisés, o Libertador, também é uma figura do Messias. As palavras de vida que foram proclamadas lá no Egito, o Cordeiro Pascal que foi imolado pela primeira vez no Egito, a formação de um povo que traria o Messias ao mundo – tudo isso foi uma antecipação do Evangelho, uma indicação evidente das intenções salvadoras de Deus para com o mundo. Mais tarde, quando Jesus nasceu, para cumprir a profecia, Ele teve de ir ao Egito (Mt 2.13-15). Ele, que é o Pão da Vida, que pode dar a vida eterna, chegou a uma terra visivelmente caracterizada pela morte.

Se Jesus, que veio ao mundo como judeu em Israel, ali morreu na cruz do Calvário e ali ressuscitou dentre os mortos, se esse Senhor da vida passou algum tempo no Egito, isso enfatiza qual era a finalidade da existência de Israel, qual era e continua sendo sua vocação e seu destino. Isso também explica a história de amor entre Deus e este mundo. Deus enviou vida a um mundo dominado pela morte e abriu a porta da vida eterna pelo Seu Filho.

“Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão. Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo” (Jo 5.24-26). 

O antigo Egito era dominado por incontáveis rituais ocultistas, por preceitos e obras que precisavam ser cumpridos minuciosamente para alcançar a vida. Mas, mesmo assim, tudo isso era apenas logro e engano. O que restava era só um débil raio de esperança, mas principalmente o medo constante de ter negligenciado algo importante ou de ter deixado de fazer alguma coisa decisiva para entrar na vida eterna após a morte. A esse mundo marcado por tão fortes tentativas de auto-salvação, Deus enviou Seu Filho, que escancarou para nós a porta da vida eterna, e agora é preciso apenas entrar por ela. Jesus, o Salvador, consumou tudo para nós. Nenhum ritual, nenhum costume ou culto, nenhuma regra ou rito podem nos trazer a vida eterna. A porta foi aberta por Jesus. É preciso, apenas, entrar por ela para sair de um mundo dominado pelo pecado e pela morte e para entrar no paraíso do perdão e da certeza da vida eterna. Mas como se sai do “Egito da morte” para entrar na “Terra Prometida”? Somente pela fé!

Na Carta aos Hebreus está escrito: “Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão. Pela fé, ele abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a cólera do rei; antes, permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível. Pela fé, celebrou a Páscoa e o derramamento do sangue, para que o exterminador não tocasse nos primogênitos dos israelitas. Pela fé, atravessaram o mar Vermelho como por terra seca; tentando-o os egípcios, foram tragados de todo” (Hb 11.24-29). 

Esse texto bíblico nos explica quatro passos de uma só fé:

1. A decisão, pela fé, de não ser mais filho do mundo – assim como Moisés não queria mais ser filho de Faraó.

2. O passo de fé de largar a velha vida, o que é uma prova de verdadeira mudança (arrependimento) – assim como Moisés literalmente deixou o Egito.

3. Voltar-se pela fé para Jesus Cristo, que é o Cordeiro de Deus, para receber o perdão pelo Seu sangue – assim como Moisés celebrou a Páscoa no Egito.

4. A obediência de seguir adiante com Jesus pela fé – assim como Moisés atravessou o mar Vermelho com o povo seguindo a Deus.