quarta-feira, 13 de junho de 2012


Como se Manter em Santidade Durante o Namoro


"A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa". (I Ts 4:3-4 )

De acordo com a cultura do “presente século”, o conceito de “namoro saudável” está, em muitos aspectos, distante daquele apresentado na Bíblia Sagrada, de modo que até muitos crentes em Jesus desconhecem os princípios bíblicos que devem orientar este relacionamento. Neste artigo, trataremos destes princípios. Como é o namoro segundo a vontade de Deus?

Por que Namoro Santo?

Porque o próprio Jesus falou: Sede santos como meu Pai que está nos céus é Santo.” Isto inclui todos nós e todos nossos atos.

Não é uma meta que se deva desprezar por ser bastante alta, mas perseguir mesmo que nunca a alcancemos em toda sua plenitude.

Há namoro que não é santo? Nem é preciso falar que hoje a maioria dos namoros estão longe de serem santos.

Mas para que serve o namoro, um namoro santo? Um namoro santo é o primeiro passo para um matrimônio santo. É nele que os namorados se preparam para viver um matrimônio santo.

Pensar em matrimônio entre eles , já? Não necessariamente. Pode ser que um namoro não termine em matrimônio, mas é sempre uma preparação para o seu matrimônio.

Se você começa um namoro e sinceramente não consegue imaginar, nem que seja de forma muito superficial aquela pessoa como sua esposa, seu esposo, nem comece, você já está no caminho errado. 

Outro dia alguém perguntou que mal havia em “estar” com alguém descompromissadamente, sem pensar num futuro dos dois. E a resposta é a seguinte: amor é uma opção por fazer alguém feliz, é doação, é querer o bem do outro e somente do outro. Este “estar” com alguém soa quase como aproveitar de alguém por um tempo para satisfazer minhas necessidades, minhas carências, mas, sem o mínimo compromisso com essa pessoa.

É algo parecido com o “ficar” só que mais longo, um pouco. Não há compromisso com a pessoa do outro. Eu não me envolvo como deveria, o outro também não se envolve. Satisfazemos nossas necessidades afetivas, sexuais, temos alguém para nos divertir e só isso.

Exatamente, só isso. E por isso não é amor. Não é construção de nada. Não há renúncia de nada em favor do outro, não pode ser, desde o princípio, algo para sempre. 

Na celebração do matrimônio o casal promete um para o outro: receber o outro, ser fiel ao outro, amar e respeitar o outro, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias da vida.

É bem exigente essa promessa. E como chegar a fazer esta promessa sem se preparar? Como cumprir esta promessa sem saber o que se está fazendo?

Eu te recebo…

No meu prédio, se alguém vem me visitar, a portaria me liga, antes de deixar o visitante entrar, para ver se eu conheço a pessoa, só então liberam a entrada para que a pessoa chegue e eu possa recebê-la em casa.

A promessa do matrimônio começa com: “Eu te recebo….” , ou seja, pressupõe que eu conheça com quem estou casando.

E como conhecer se não for no namoro? É no namoro que vemos como esta pessoa reage em todas as situações da vida. Mesmo num namoro de adolescentes podemos aprender muito sobre o outro e ir imaginando como será no futuro. Os jovens com mais idade também devem prestar atenção ao seu namorado, sua namorada.

Alguns podem argumentar: “Comigo ele ou ela é uma pessoa maravilhosa.” E eu pergunto: e na escola, no trabalho, na família?

“Mas todo mundo faz!” Também nos relacionamentos todo mundo faz o outro sofrer, todo mundo trai, todo mundo começa pensando em se não der certo parto para outra.

Minha mãe sempre dizia que um bom filho será um bom pai, uma boa filha será uma boa mãe. E tem sua razão. Partindo da idéia que ele poderá ser seu esposo, um dia, e ela poderá ser sua esposa, um dia, que modelo ele ou ela tem de família? Há um bom modelo de mãe a seguir? Há um bom modelo de pai a seguir? Ele ou ela aprenderam a lutar pelo relacionamento em casa? Ou relacionamento é uma loteria na sua vida? Joga-se uns números e o resto é sorte?

É claro que não somos responsáveis pelo relacionamento de nossos pais. E que se o deles não deu certo, não quer dizer que o seu também não dará. Mas este conhecimento sobre a família é um tópico importante para o conhecimento do outro.

É preciso conhecer o outro para poder recebê-lo no sentido da promessa do matrimônio. Não só a parte boa. Quando ele ou ela está com você, apaixonado, todo carinhoso, ou carinhosa. É preciso ver como reage quando não está com você ou em situações difíceis. Isto é conhecer. Não se pode pensar que conhecer é só um pouquinho da pessoa, conhecer é o todo da pessoa.

E como tem gente cega para isso.

“Ele era um pouco mulherengo quando solteiro, mas era tão bonzinho comigo e agora me traiu sem mais nem menos!”

“Ele bebia com os amigos, mas eu pensei que após casarmos isso mudaria!”

“Eu via como ele tratava a mãe quando ela o pressionava, mas comigo era diferente. Só que agora isso virou contra mim.”

E não tem nada que cega mais nossa avaliação de uma pessoa que o sexo. O sexo é algo maravilhoso e bom. Só que na hora certa, dentro do matrimônio. Porque de tão bom e forte que é o sexo, ele nos cega para vermos todas as dimensões do outro.

O namoro é o tempo de seleção. É preciso se conhecer bem e conhecer o outro, no seu comportamento, na sua fé, na sua visão de futuro, nas suas prioridades de vida, nos seus valores. 

“Ser fiel…”

É tão comum ouvir que jovens namorados se traem mutuamente, “ficando” com outros sem o menor receio. Como estes jovens, um dia, prometerão ao outro serem fieis? Que garantia terão dessa promessa ser verdadeira se desde o princípio já não há fidelidade?

E como descobrir isso antes? Desde o namoro?

A fidelidade é uma coisa construída. Treinada. Às vezes com muito esforço para ser mantida, mas é possível. Mesmo que o mundo diga que não.

E fidelidade é compromisso com o outro. Se eu simplesmente “estou” com o outro, sem compromisso não é possível construir a fidelidade e quem sabe no futuro, ao sermos traídos nós pensemos que isso foi injusto. Talvez até seja uma injustiça. Mas foi trabalhada a fidelidade, em nós, desde o princípio dos nossos relacionamentos?

Com essa liberalidade sexual entre namorados se está treinando para a traição e não para a fidelidade. É sim, se você se sente atraído por ele ou por ela. E vão para um motel, toda vez que sentem este desejo, quem garante que quando você estiver grávida, no fim de uma gravidez, ou ele estiver com problemas no emprego e isso tirar seu interesse sexual por um tempo no casamento, não haverá uma atração por outra pessoa? E se houver outra pessoa, como você sempre se acostumou a satisfazer essa vontade, por que não trair com uma aventurazinha de nada?

Ser fiel exige renúncia. Renúncia exige treino. 

“Na alegria ou na tristeza…”

Na alegria e na tristeza. Esta frase significa que não vamos agradar o outro todos os dias de nossas vidas. Significa que haverá dias em que não gostaremos do outro. Mas isso não quer dizer que nestes dias o deixemos de amar. É preciso uma decisão em favor do outro.

Gostar, alegria, tristeza, são sentimentos e amor é mais que sentimentos. Esta frase na promessa do matrimônio é sábia e pena que poucos a compreendem em sua total dimensão.

Amor é uma decisão pelo outro. Decisão que deve existir mesmo quando não é gostoso estar com o outro. O gostar fala de mim. Fala de como eu me satisfaço nesta ou naquela situação. Amor tem que dizer respeito ao outro.

Amar com bons sentimentos é o ideal, mas nem sempre é possível o tempo todo.
“Na saúde ou na doença…” 

Esta parte da promessa do matrimônio é bem parecida com a promessa de cima, mas ao invés de falar de sentimentos, fala do físico. Será que nossos corpos serão os mesmos durante toda a nossa vida? Será que se hoje eu baseio o meu relacionamento na qualidade física do outro, o relacionamento vai acabar se após uma gravidez a mulher tiver estrias na barriga? Se ele engordar e cultivar uma bela barriga?

“por todos os dias de minha vida”

Esta é a parte mais profunda da promessa do matrimônio. E como todos nós estamos contaminados com o conceito de descartável, em nossas vidas “modernas”, este é o ponto mais frágil dos matrimônios ou uniões atuais.

Desde o namoro a idéia de que é fácil trocar é muito mais presente que a vontade de lutar por um relacionamento. É preciso cultivar sonhos de amor e ir tentando realizá-los durante toda a vida.

Casais que param de sonhar, perdem o sentido de estarem juntos. E é no namoro que esse “para sempre” começa. Sonhar juntos é preciso sempre. Desde o sonho de irem um dia a um show ou a um restaurante.

De poderem um dia comprar um carro juntos, de terem os filhos e amá-los, de terem um lugar só deles para morar, de ver o crescimento dos filhos, sem nunca deixar de lembrar do amor que os une. De estarem preparados para ajudar um ao outro nas dificuldades, nas suas lutas do dia a dia.

Sonhar, mesmo que sonhos “impossíveis”, como a certeza que estarão juntos mesmo daqui a 50 anos. A união do casal depende desses sonhos que vão se realizando ao longo da vida. Mesmo que sejam sonhos profissionais de um que se tornam dos dois. De maternidade ou paternidade, mas que ambos sonham juntos.

Como vemos o namoro tem uma influência enorme para o sucesso ou fracasso dos matrimônios. E só há mais um detalhe que já mencionei de leve, mas que é a chave de tudo na vida, nos namoros e nos futuros matrimônios.

Não falei matrimônio em todo este texto por acaso. Matrimônio é um sacramento em que duas pessoas se unem com a benção de Deus. Aí está a chave do sucesso. Relacionamento a dois não dá certo. Desde o namoro.

O relacionamento tem que ser a três. Deus quer estar com vocês. Deus quer mostrar seu amor para nós para ser modelo de nosso amor. E com Ele no relacionamento, desde o namoro, a vida do casal tem muito mais chance de terem cumpridas todas as promessas feitas no dia de seu matrimônio. 

A ORIENTAÇÃO BÍBLICA

Diz a Escritura: “Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele alguém como se fosse a sua outra metade” (Gn 2:18 ).

Com a criação de Eva, Deus deu a Adão alguém com quem ele pudesse se relacionar, conversar, dividir alegrias, descobertas, etc. O casamento é plano de Deus! Pois bem, o primeiro passo rumo a esta união é o namoro. É importante encará-lo com seriedade. Quem erra o primeiro passo, pode se complicar mais à frente.

Cerca de 75% dos problemas que os casais enfrentam têm origem na época do namoro e do noivado. Um namoro problemático, fora dos padrões estabelecidos por Deus, é danoso e pode machucar os envolvidos. Para que isso não aconteça, vejamos alguns princípios orientadores para o namoro, contidos nas Escrituras.

1. A escolha certa no namoro:

O que o crente em Jesus precisa levar em conta, antes de escolher alguém para iniciar um namoro? Paulo dá um conselho eficaz, em II Coríntios: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos” (6:14a).

Você sabe o que é o “julgo desigual”? De acordo com o contexto desta passagem, colocar-se em jugo desigual significa ter ligação com uma pessoa que é totalmente diferente.

“Neste texto está relacionado a uma pessoa que não é membro da família da fé e que pode fazer com que um crente quebre a sua aliança com Deus”. Parece que o que está em questão é separar a religião pagã da religião cristã.

Veja que Paulo é contundente na seqüência: “porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Ou que união, do crente com o incrédulo?” (2 Co 6:14-15).

Na hora de escolher com quem namorar, o cristão precisa levar essa orientação das Escrituras a sério. É preciso conversar com a pessoa com quem se deseja namorar, saber quais são seus objetivos, seus propósitos, seus sonhos; conhecer a família. A fé que professa.

Depois de tudo isso, é indispensável perguntar se vale mesmo a pena namorar. Será que não é roubada? Afinal, se namorar determinada pessoa significa risco de quebrar a aliança com Deus, é uma tremenda fria! É bom pensar, repensar e orar. Um namoro santo começa com uma escolha certa! “Por acaso andarão duas pessoas juntas, se não estiverem de acordo?” (Am 3:3).

2. O propósito real do namoro:

Existe uma razão para namorar. A idéia de “namorar”, simplesmente por “namorar”, deve ser descartada. Por quê? Traga a sua mente o início da história humana: a união de um homem com uma mulher, por meio do casamento, conforme já dissemos, foi idéia de Deus.

Foi ele quem disse: “Portanto, o homem deixará o seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher” (Gn 2:24). Não se apresse a ler este texto. Medite: O que Deus criou, aqui em Gênesis? O casamento, isso mesmo! Deus não criou o namoro. O namoro é o primeiro passo para o casamento.

Se Deus nunca tivesse instituído o casamento, o namoro também não existiria.
“Ah! Mais então quando duas pessoas começam a namorar, elas são obrigadas a se casar?”

3. O cuidado físico no namoro:

O namoro deve ter limites físicos muito bem estabelecidos. Pensemos num princípio bíblico relevante, neste sentido. A Bíblia diz: “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa” (I Ts 4:3-4 .

Essa orientação do apóstolo Paulo é escrita numa época em que o mundo greco-romano era um verdadeiro caos sem lei. Parecia que a vergonha havia “sumido da terra”. A igreja surge dentro deste contexto pervertido. Orientações sobre a vida sexual precisavam ser dadas.

Paulo mostra que o crente em Jesus deve saber controlar o seu corpo em santidade e honra. Mais que isso: ele indica a maneira, através de uma expressão interessante, no versículo 6: “e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão”.

Atente para a palavra “defraudar”. Ela significa “despertar um sentimento ou desejo no outro que não pode ser licitamente satisfeito”, ou “utilizar como se fosse sua a propriedade de outra pessoa”.

É por isso mesmo que quem namora deve tomar cuidados físicos redobrados. Evitar a todo custo provocar o desejo sexual no outro através do contato físico exagerado ou por meio de roupas sensuais e etc. Intimidade sexual, sem compromisso sério, é “defraudar”.

O corpo do (a) namorado (a) não pertence à namorada (o) enquanto eles não se casarem.

Lamentavelmente, neste aspecto (e em muitos outros), a mídia faz um total desserviço. Vivemos numa época em que os “senhores” do mercado, os “poderosos” da mídia, querem nos convencer de que não podemos viver sem sexo. 

Eles o apresentam semelhante a mais um item numa prateleira de supermercado “a ser consumido”. Deste modo, dizer que praticar o sexo fora dos laços do matrimônio é “defraudar” soa meio “antiquado”.

Mas não se esqueça: esse é o padrão de Deus. Ele é irrevogável. Portanto, é necessário obedecer-lhe.

Na seqüência, continuando a nossa busca por princípios bíblicos que devem orientar o namoro, veremos o que deve, de fato, acontecer neste relacionamento.

Quem namora, precisa aperfeiçoar a capacidade de se relacionar.
Você já ouviu falar em “namoro virtual”? Pois é, a cada dia que passa, cresce o número da lista de pessoas que se inscrevem em sites de relacionamentos, em busca de um “namoro” assim.

Mas acontece que relacionamentos “exigem muita dedicação e habilidade”. São poucos os que estão interessados em desenvolvê-los com seriedade. O namoro virtual pode até ser “bom” para o bolso, mas priva “casal” de uma das maiores oportunidades oferecidas pelo namoro: a capacidade de aperfeiçoar os relacionamentos. 

É grande o número de pessoas que relacionalmente são um desastre. Tanto no ambiente familiar como em outros locais, são inseguras, afoitas ou até mesmo estouradas, explosivas.

Quem não sabe se relacionar, só tem a perder. A Bíblia diz que duas pessoas juntas podem lucrar muito mais do que uma sozinha (Ec 4:9 . Pois bem, o namoro pode ser “um período de grande crescimento e descoberta nesta área”.

Quem namora, precisa desenvolver a capacidade de se controlar.

O namoro tanto pode ser um tempo de muita bênção e alegria, quanto pode ser um período triste, a fazer parte de um passado a ser esquecido e enterrado. 
Tudo vai depender da forma com que é encarado. Quanto o casal avança os limites estabelecidos por Deus, o risco do namoro se tornar um tempo de frustração é muito grande. É preciso autocontrole.

Se quer agradar a Deus, quem namora, precisa desenvolver esta virtude. O ato de protelar a relação sexual até o casamento serve para isso. É pedagógico.

Mostra que o “relacionamento e a verdadeira preocupação com o outro são mais importantes que a satisfação pessoal e a expressão sexual”. Quando esse princípio é levado a sério, o namoro se torna uma ótima oportunidade para se exercitar o autocontrole ou domínio próprio, uma das características do fruto do Espírito (Ef 5:23).

Quem namora, precisa aumentar a capacidade de se comunicar.
Quanto tempo o casal de namorados passa conversando? Geralmente, muito pouco. Isso é um sinal de alerta! Não adianta se iludir se, no namoro, não existe diálogo, no casamento não existirá também.

Em Provérbios, o “controle da boca” é uma virtude desejável a ser perseguida, pois o que controla a sua boca preserva a vida (13:3a).

“Controlar a boca” não é ficar sem falar, mas falar na hora certa: “como é bom uma palavra na hora certa!” (Pv 15:23).

Meditar no que responder: “O coração do justo medita sobre o que se deve responder” (Pv 15:28).

Todas essas práticas precisam ser exercitadas no namoro: “Palavras suaves são como favos de mel, doçura para alma e saúde para o corpo” (Pv 16:24).

Você que está terminando de ler estas palavras, deve saber o quanto o casamento é importante para Deus. Sabe que ele deve ser uma união indissolúvel: “o que Deus uniu não separe o homem” (Mt 19:6b).

Pois bem, o sucesso no casamento, depende, em muitos fatores, do sucesso no namoro.

Então, se você for pai ou mãe, oriente seus filhos sobre o namoro segundo a vontade de Deus.

Não tenha medo de falar! E, se você for jovem, ou uma pessoa que está namorando ou pensando em namorar, não adie: conduza seu relacionamento de acordo com os princípios das Escrituras Sagradas. Vale a pena.

|  Autor: Jânio Santos de Oliveira

segunda-feira, 11 de junho de 2012


Voz de Muitas Águas


“Eu vi a glória do Deus de Israel que vinha do oriente. A sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória”. – Ezequiel 43.2

         O profeta Ezequiel ouviu a voz do Senhor e foi este o testemunho acerca dela: era como a voz de muitas águas! Mas esta não foi a única ocasião em que ele a ouviu desta forma. Logo no início de seu livro encontramos um relato de uma visão que o Senhor lhe dera, e nela ele comenta acerca da voz do Senhor:
 
“Andando eles ouvi o ruído das suas asas, como o ruído de muitas águas, como a voz do Onipotente, a voz de um estrondo, como o estrépito de um exército; parando eles, abaixavam suas asas”. – Ezequiel 1.24

         Vale ressaltar expressões como “ruído” e “estrondo” ao se falar da voz do Senhor como a voz de muitas águas, pois neste paralelo, a verdade que se quer transmitir não está necessariamente ligada à água, mas ao BARULHO que ela faz. Além do profeta Ezequiel, também temos o profeta Jeremias dando testemunho disto:
 
“Fazendo ele [Deus] ouvir a sua voz, grande estrondo de águas há nos céus, e sobem os vapores desde os confins da terra. Envia os relâmpagos com a chuva, e tira o vento dos seus tesouros”. – Jeremias 51.16

         Tal qual os dois profetas, o apóstolo João em seu exílio na ilha de Patmos também teve uma profunda experiência com Deus, na qual viu o Senhor ressuscitado e ouviu a sua voz; e seu relato é idêntico aos que já vimos, mostrando ser esta uma característica pertencente à voz de Deus:
 
“Os seus pés eram semelhantes a latão reluzente, como que refinado numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas” – Apocalipse 1.15 

         Temos três testemunhos: o de Ezequiel, o de Jeremias e o de João. E a Bíblia diz que pela boca de duas ou três testemunhas se estabelece toda questão (2Co. 13.1). Portanto, isto não é apenas um exemplo ou alegoria, é uma doutrina. Não é um mero detalhe em meio a uma descrição, e sim uma ênfase das Escrituras. A voz do Senhor é como a voz de muitas águas!
         Deus quer que entendamos e vivamos esta verdade. Sua voz em nossas vidas deve ser como a voz de muitas águas.

O SIGNIFICADO

         Se a expressão “voz como de muitas águas” não é apenas uma menção ou detalhe, mas uma ênfase e doutrina escriturística, então é de suma importância que compreendamos o significado da terminologia bíblica. O que é ter voz como de muitas águas? Não é a quantidade de água em si que oferece o exemplo utilizado nas Escrituras, mas vimos que a expressão aparece ligada a outros termos como “ruído” e “estrondo”; o exemplo, na verdade, está ligado ao BARULHO das águas. Alguém pode estar no meio do oceano, olhar à sua volta e ver muitas águas, mas ainda sim estar tudo em silêncio; não é da quantidade de água em si que a Bíblia fala, mas sim de seu ruído. Embora no caso de uma queda d’água, quanto maior for o volume de água maior será também o ruído…
         Eu creio que o paralelo que Deus oferece é este, o de quedas d’água, cachoeiras, cataratas, ou qualquer outro nome que aponte para o ruído de águas, como as ondas bravias do mar, por exemplo. Até mesmo as chuvas (tempestades) são apresentadas assim neste exemplo bíblico, pois a idéia é esta: ressaltar a intensidade da voz divina.
         Quando nos aproximamos de quedas de águas, por exemplo, as Cataratas do Iguaçu, podemos observar que quanto maior o volume de água, maior será o ruído que ouviremos. Estive lá algumas vezes, inclusive na minha lua-de-mel, quando Deus falava destas verdades comigo, e é um espetáculo e tanto! Mas lá em Foz do Iguaçu, podemos ouvir o ruído das águas sem que ele impeça nossa conversa, pois é possível ouvirmos uns aos outros visto que os visitantes não têm como se aproximar tanto das cataratas.
         Podemos até molhar a roupa do corpo devido à umidade do ar, mas mesmo nos pontos turísticos mais próximos das cataratas ainda não se chega perto o suficiente para que nossa voz seja encoberta. Contudo, se formos a uma cachoeira de menor volume de água e de queda também menor, mas colocarmo-nos debaixo dela ou mesmo bem próximo às pedras onde ela cai, poderemos experimentar o barulho dela encobrindo nossa voz e impedindo até mesmo conversas, pois o provável é que ninguém ouvirá ninguém.
         O ruído de muitas águas é, em outras palavras, um ruído que encobre os outros ruídos. Assim também é a voz do Senhor: UMA VOZ QUE ENCOBRE AS OUTRAS VOZES! E aqui deparamo-nos com um princípio poderoso: Deus quer que sua voz chegue com tamanha intensidade em nossas vidas que cheguemos a ponto de não ouvir mais nenhuma outra voz. Ele quer que sua Palavra PREVALEÇA sobre toda e qualquer voz neste mundo, a ponto de se poder dizer de nossas vidas o que se disse em Éfeso: “Assim a palavra do Senhor crescia poderosamente, e prevalecia.” (At. 19.20.)
         O que aconteceu nesta cidade da Ásia pode (e deve) acontecer conosco! Afinal não foi na cidade em si que a Palavra cresceu, mas na vida dos habitantes dela; e se ocorreu a eles pode nos ocorrer também. Quando a Bíblia fala sobre o crescimento da Palavra, fala de como ela cresce na vida das pessoas. À medida que damos espaço à Palavra do Senhor, inclinando nosso coração a ela, experimentamos uma INTENSIDADE MAIOR de sua operação em nossas vidas.
         Mas note que a Palavra não apenas crescia, mas PREVALECIA. E prevalecia sobre o quê? Sobre outras vozes e ruídos. Isto é que é experimentar a voz do Senhor como voz de muitas águas. É ouvi-la tão intensa e fortemente que não ouvimos mais nenhuma outra voz!
         Por outro lado, há pessoas que experimentam justamente o contrário: outras vozes é que vivem encobrindo a voz do Senhor em suas vidas.
         Creio que há um fator determinante que diferencia um grupo do outro. A palavra de Deus não iria prevalecer na vida de um e de outro não sem um motivo. O que determina esta diferença?

A DISTÂNCIA INFLUENCIA

         Citei como exemplo de ruído de águas, as Cataratas do Iguaçu, onde podemos perceber o barulho das águas sem deixarmos de conversar uma vez que, pela distância, o ruído não chega a atrapalhar-nos. E ao comentar sobre uma catarata barulhenta (mas não o suficiente para encobrir todos os outros ruídos), o fiz com o propósito de chamar-lhe a atenção para uma outra verdade: a distância que permanecemos da água influencia muito!
         Ao entrar no Parque Nacional do Iguaçu, ainda na estrada para as quedas não podemos ouvir o ruído da água, mas assim que nos aproximamos delas no último quilômetro já começamos ouvi-las. Mas mesmo quando estamos no ponto de observação mais próximo, ainda podemos conversar. Porém, se houvesse um meio (seguro!) de nos aproximarmos tanto de uma das quedas, a ponto de quase nos colocarmos debaixo dela, então seria impossível conversar ou ouvir outro som, pois o barulho da água PREVALECERIA sobre todos os outros.
         Assim também se dá com a voz de Deus. Se nos aproximarmos de sua Palavra, ela encobre as outras vozes. Mas se nos distanciarmos, podemos chegar a um ponto onde os outros ruídos acabam sendo mais altos que a Palavra de Deus em nossas vidas.
         O propósito divino é que estejamos tão próximos da Palavra que ela prevaleça sobre toda e qualquer voz, abafando-a por completo.
         Não estou falando do quanto você conhece ou lê a Bíblia, mas do quanto você está (ou não) perto! A quantidade de água não afeta tanto como a PROXIMIDADE dela… Mencionei que em Foz do Iguaçu é possível conversar sem que o ruído da água abafe completamente nossa voz; mas há alguns anos conheci uma pequena cachoeira que conseguiu esta façanha! Veja bem, não há como compará-la com as Quedas do Iguaçu, cuja altura e volume de água são incalculavelmente superiores, porém, esta pequena cachoeira localizada no município de Candói, no Paraná, conseguiu abafar minha voz!
 Havíamos realizado um acampamento com os jovens da igreja, e descobrimos nas proximidades do local do acampamento a tal cachoeira. Devido ao bom tempo que desfrutávamos naquele dia e a consciência de que por causa das chuvas abundantes que caíra nos dias anteriores haveria um lindo espetáculo, dirigimo-nos com um grupo de jovens para lá. Ao chegarmos, a maioria de nós não resistiu ao calor e decidiu se colocar debaixo do véu de água… e foi curioso descobrir que embora não parecesse uma cachoeira tão forte, mal conseguíamos ouvir uns aos outros enquanto debaixo daquela queda d’água.
         A lição que aprendi com este exemplo! O que faz a diferença não é o tanto de água que cai, mas se eu estou ou não próximo a ela! Em Foz do Iguaçu o volume de água era muito maior do que este em Santa Clara, no Candói. Mas o fato de eu ter me aproximado mais da menor cachoeira, pôde me levar a atribuir a ela um ruído maior do que o aquele que trago na memória referente às belas Cataratas do Iguaçu.
         Semelhantemente, há crentes que conhecem a Bíblia já há muitos anos, e o tanto que a leram e estudaram é semelhante ao volume de águas do Iguaçu, é muita coisa! Mas não vivem próximos da Palavra, e ela não é suficiente para abafar as outras vozes em suas vidas!
         Por outro lado, temos irmãos que pelo pouco tempo que servem ao Senhor, suas águas (conhecimento da Palavra) são de um volume tão menor que as do Iguaçu que só podem ser comparadas com esta pequena cachoeira da qual me referi. Só que como vivem tão próximos da luz, que possuem da Palavra, ela é suficiente para PREVALECER em suas vidas e abafar as outras vozes.
         Portanto, não é o estar em Foz do Iguaçu ou no Candói que determina a diferença, mas a que distância cada um se encontra das suas águas! Se o mais novo na fé e o de menor conhecimento entram debaixo da sua cachoeira, e o mais velho na fé e o de maior conhecimento permanecem longe de sua catarata, em quem a Voz de Deus está chegando mais alto? É óbvio que nos que estão próximos daquilo que já possuem. É naquele que se aproxima mais, e não no que conhece mais.
         A voz do Senhor será como voz de muitas águas, encobrindo as outras vozes e ruídos, somente quando nos colocarmos próximos a ela.

O QUE É ESTAR PRÓXIMO

         O que é, então, estar próximo? É não apenas ler e conhecer as Escrituras, mas permitir que o Espírito Santo trabalhe em nós com a Palavra. Por exemplo, eu posso ser um profundo conhecedor (e até ensinador) da fé bíblica; dizer às pessoas: as Escrituras dizem isto, isto e aquilo… mas na minha vida cristã, na hora em que eu precisar exercitar minha própria fé, ser vencido pela voz da dúvida. Já um cristão novo convertido, que não tenha nenhuma bagagem tão profunda de Bíblia e nem saiba explicar a fé, pode ler uma porção da Palavra, uma promessa, e permitir que o Espírito Santo trabalhe em seu íntimo revelando a Palavra, o que fará com que ela se torne “voz como de muitas águas” em sua vida. Terá então provado o poder da Palavra do Senhor abafando a voz da incredulidade e dando-lhe vitória no combate da fé.
          Não estou dizendo que não há valor em estudar e conhecer as Escrituras; você deve dedicar-se a isto o MÁXIMO que puder (2Tm. 2.5). Quem dera que cada crente lutasse contra a ignorância em busca de mais e mais da Palavra de Deus. Seria uma verdadeira revolução! Mas o que quero dizer é que apenas isto não basta e nem tampouco determina o sucesso de nossa vida cristã. Precisamos conhecer E NOS MANTER PRÓXIMOS da Palavra; não podemos nos distanciar.
         Distanciar-se não é deixar de saber, mas sim deixar de ser sensível, viver e experimentar aquilo que conhecemos. Trata-se de perder a consciência espiritual daquela verdade e, conseqüentemente, impedir que o Espírito Santo prossiga trabalhando naquela área de nossas vidas.
         Nestes dias o Pai Celeste está nos convocando para que nos aproximemos novamente das águas e permitamos que elas abafem as outras vozes e ruídos em nossas vidas.

DIFERENTES TIPOS DE VOZES

         Ao escrever aos coríntios, Paulo mostrou nos capítulos 12 e 14 de sua primeira epístola, que Deus é um Deus que fala. Diz que já não mais servimos aos ídolos mudos (1Co. 12.2), mas ao Deus vivo que fala com cada um de nós; e então cita os dons do Espírito como um dos diferentes meios pelos quais Deus fala. Mas ao mostrar que podemos ouvir a voz do Senhor, ele também deixou claro que podemos ouvir outros tipos de vozes:
 
“Há, por exemplo, muitas espécies de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significado”. – 1Coríntios 14.10

         Lemos que não somente há línguas diferentes, mas VOZES diferentes. Ouvimos muitas espécies de vozes em nossa vida espiritual; o diabo, o mundo e a carne, nossos cruéis inimigos, tentarão de todas as formas abafar a voz de Deus em nós para que lhes demos ouvidos. Mas, por outro lado, se deixarmos a Palavra de Deus se manifestar com “voz como de muitas águas”, então as demais vozes é que serão encobertas e a Palavra do Senhor prevalecerá.
         Há muitos tipos de vozes no mundo. Às vezes sentimo-nos pressionados a dar ouvidos a uma voz que não se harmoniza com a de Deus. Reconhecemos que a voz do Senhor diz o oposto, sabemos que estamos errando, mas ainda assim, ficamos de tal maneira presos que acabamos por seguir na direção errada. E depois nos frustramos, condenamos e lamentamos.
        Questionamos: Por que não ouvimos a Palavra de Deus? Como é possível saber o que o Senhor diz, e ainda fazer o contrário?
         A razão é que estamos distantes da Palavra de Deus naquela área; esta é a única e grande verdade do porquê isto ocorre! Se nos aproximarmos do que Deus diz, recebendo a vida e a revelação do Espírito Santo naquela área, então as outras vozes serão encobertas. Se nos afastarmos da Palavra (e não me refiro ao Livro em si, mas à Palavra VIVA), então as demais vozes é que se sobressairão. Que voz tem prevalecido em tua vida?
         Sugerimos abaixo algumas destas muitas espécies de vozes que costumamos ouvir. Para cada uma delas o princípio de vitória é o mesmo: VOLTAR À PALAVRA. Não apenas ler, mas meditar e deixar que o Espírito da Verdade opere no íntimo, avivando a consciência espiritual…
  • A voz da tentação
  • A voz da maioria
  • A voz da dúvida
  • A voz da ganância
  • A voz dos mexericos
  • A voz do desânimo
  • A voz do preconceito
  • A voz do medo
  • A voz do comodismo

        Que Deus o abençoe, e que sua voz fale mais alto em sua vida!

Autor: Luciano Subirá

Vencendo a Mamon!



Muitas pessoas pensam que dinheiro não é algo muito espiritual. Todavia, a Bíblia fala muito a respeito de dinheiro. Existe uma estatística muito interessante que comprova esse fato. No Novo Testamento existem 215 versículos que falam a respeito de fé, 218 versículos que falam de salvação e 2084 versículos a respeito de finanças e dinheiro.


Em outras palavras, o Novo Testamento fala dez vezes mais de dinheiro do que de salvação. As pessoas concordam que a salvação é um tópico muito importante, mas, das 28 parábolas de Jesus 16 falam sobre dinheiro. 


Porque Jesus falou tanto a respeito de dinheiro? Será que Jesus estava atrás de dinheiro? Será que ele veio a esta Terra a procura de dinheiro? É claro que a resposta é não. Jesus não está interessado em dinheiro. Ele está interessado em nossos corações.

Se ele está interessado em nossos corações, então porque ele falou tanto de dinheiro? Simplesmente porque as pessoas possuem muitos tesouros e riquezas. E Jesus disse que onde estiver o nosso tesouro, ali também estará o nosso coração. 


O coração sempre vai atrás do tesouro. Se existe algo que valorizamos e que é importante para nós, não importa o que seja, o nosso coração vai atrás dele.

A questão do ofertar não está em absoluto ligado apenas a prosperidade e a bênção, mas acima de tudo é uma questão de quem governa a nossa vida, quem é dono de nosso coração. 


Jesus disse que não podemos servir a Deus e a Mamon. "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas (Mt. 6:24)". 


A Palavra usada no grego traduzida como riquezas nesse texto é "mamom". Ela não significa literalmente riqueza ou dinheiro. Jesus, nesse texto, está falando sobre duas coisas opostas: de um lado Deus e do outro lado mamon. Desta forma, se você serve a Deus; não pode servir a mamon, e se você serve a mamon; não poderá servir a Deus. São dois pólos antagônicos, opostos entre si. 


Assim, se mamon significasse dinheiro, não poderíamos servir a Deus e ter dinheiro. Ter dinheiro ou uma conta no banco seria algo pecaminoso. Jesus nunca nos proibiu de ter dinheiro, por isso não penso que mamon significa dinheiro. 


Nos dias de Jesus existia o povo filisteu. Sabemos que todos os povos que viviam em Canaã adoravam muitos deuses falsos e os filisteus eram um deles. Os moabitas adoravam a Moloque, outros a Dagon, e ainda outros a Baal e a Astarote, mas os filisteus adoravam a um deus chamado Mamon. Era o deus a quem eles oravam buscando prosperidade. 


Atrás de todos aqueles deuses havia espíritos demoníacos. Esses espíritos trabalhavam por detrás daqueles ídolos para desviarem as pessoas para longe de Deus. Esses espíritos queriam a lealdade do coração das pessoas. É por isso que Jesus disse: você não pode servir a Deus e a mamon. 


1. Mamon é um deus:

Mamon é mais que as riquezas, são as nossas fontes. Mamon é um deus concorrente do próprio Deus verdadeiro. Observe como mamon atua como um deus fazendo aquilo que somente o Senhor Deus poderia fazer em nossas vidas.


a. Um deus que me dá segurança:

Há pastores que se sentem seguros com o dinheiro, mas não se sentem seguros com Deus apenas. Isto mostra quem é o deus de suas vidas. Imagine se você estivesse à meia- noite no centro de Tóquio sem falar uma só palavra em japonês e sem um centavo no bolso, mas eu lhe diria que Deus estaria ali com você. O que você sente? Uma tremenda angústia, não é mesmo? 


O fato de saber que Deus estará com você não ajuda muito, mas agora imagine a mesma situação com a diferença de que você estará com um cartão de crédito sem limites. Você poderá ir para o melhor hotel, pagar um intérprete, um carro e qualquer coisa que você necessite. A angústia desaparece porque confiamos mais em mamon do que em Deus. 


b. Um deus que exige de mim santificação e dedicação:

Você já reparou como se exige integridade, transparência daqueles que lidam diretamente com o dinheiro? Isto é porque Mamon é um deus que exige santidade a ele. De quem você exige mais caráter: do tesoureiro ou do líder de visitação? Normalmente, somos flexíveis com o caráter do líder de visitação, mas não aceitamos nem o mínimo tropeço de um tesoureiro. 


Para mostrar que não servia a mamon, Jesus escolheu a Judas para ser o seu tesoureiro. Judas era ladrão. É como se ele dissesse, para mamon eu dou o pior.

E a dedicação? As pessoas se dedicam muito mais a mamon que a Deus. Se um líder fica doze horas no seu trabalho a sua esposa não se importa, mas se ele fica uma pouco mais na sua ajudando na igreja ela logo se exaspera.

Tenho ouvido sempre críticas a respeito de pastores que trabalham muito. Mas veja, se um jovem abre um pequeno negócio e trabalha ali até catorze horas por dia, todos o elogiam como alguém de futuro, mas se um pastor trabalhar catorze horas por dia todos dirão que ele é irresponsável. Daí vemos que para mamon vale tudo, mas para Deus há restrições. 


c. Um deus que exige o melhor:

Você já percebeu que os executivos são sempre os mais capazes e os mais bem treinados dentro da sociedade? Se alguém tão preparado vai ser um pastor todos ficam abismados. Se mandamos alguém se preparar tanto para servir a Deus todos se escandalizam.

O pensamento de Judas ainda prevalece hoje. É um desperdício gastar tanto com Jesus. Precisamos ver mais executivos, doutores e cientistas vindo servir a Jesus. Quem é colocado para ser pastor em sua comunidade? São os melhores, os mais capazes e bem treinados ou são aqueles que não servem para o mercado de trabalho? Não podemos servir a Deus e a mamon. 


d. Um deus que determina o valor das coisas:

Se tenho dinheiro sinto que tenho valor. Se não tenho sinto-me sem importância. A minha auto-estima é proporcional ao dinheiro na minha carteira. Até o meu estado de humor depende do dia do mês. Quanto mais perto do dia do pagamento melhor fica o meu humor. Se mamon governa ele determina o valor das coisas e das pessoas. 


e. Um deus que exige temor:

A maneira como mamon governa é por meio do medo e da ansiedade. Com receio de ficar sem dinheiro e passar necessidade, as pessoas vivem atormentadas pelo medo de mamon. Porque as pessoas perdem o sono à noite? Sobre o que elas ficam pensativas e muitas vezes ficam ansiosas? O dinheiro controla a maioria das pessoas. Mamon exige respeito. 


f. Um deus que governa as circunstâncias:

Sempre que estou com uma pessoa do meu lado converso perguntando prá ela:

– O que você faz prá viver?
Depois que ela me responde eu prossigo perguntando:

– E você gosta do que faz?
Na maior parte das vezes elas respondem com um veemente não. Então eu as questiono:

– E porque você continua fazendo o que não gosta?
E a resposta é sempre esta: dinheiro. Ao responderem assim eles estão demonstrando quem é o senhor deles. Quando dizem: eu trabalho por dinheiro, estão na verdade afirmando: o dinheiro é o meu senhor, eu sirvo o dinheiro.

Nós nunca deveríamos trabalhar por dinheiro. Nós fomos planejados para trabalhar para Deus. O dinheiro deve ser o nosso servo e nós devemos servir a Deus. Não trabalhe por dinheiro; deixe o dinheiro trabalhar por você.

Não trabalhe pelo dinheiro, trabalhe por um visão, por um chamado de Deus. Se você foi chamado para fazer algo, então faça pela direção de Deus e não simplesmente por causa do dinheiro. A realidade é que mamon tem decidido qual profissão as pessoas seguirão. 


É o dinheiro quem tem decide tudo na vida das pessoas. É mamon quem decide quantos filhos devo ter. Você já viu algum crente orando para saber quantos filhos deve ter? Eles dizem: a vida está difícil e pode ser que eu não consiga sustentar mais que dois. Quem decidiu? Certamente não foi o Senhor, foi mamon.

É mamon quem decide quando devo me casar. É mamon quem decide se devo ou não ir a uma conferência abençoada. É mamon quem decide se posso ou não ofertar. É mamon quem decide como devo tratar cada pessoa.

Mas a pior tragédia acontece quando mamon começa a decidir como devemos fazer a obra de Deus. Se deixamos de enviar missionários ou expandir a obra de Deus por causa de dinheiro, então vemos que não haverá mover de Deus naquela igreja. 


g. Um deus que exige adoração:

Talvez você diga que nunca adorou a mamon, mas nós fazemos isso não com palavras, mas com atitudes. 


A oração a mamon

Ó mamon como preciso de você. Se você está comigo sinto-me seguro, mas se vai embora fico angustiado. Consigo fico alegre, sem você perco o humor. Se está comigo sei que tenho valor, mas se você não está não tenho importância alguma. Por você faço qualquer coisa, qualquer sacrifício qualquer renúncia. Você é a minha realização e recompensa. 


A Bíblia não diz que o dinheiro é mau em si mesmo. O dinheiro não é mau. O mau é o amor do dinheiro, como é dito em I Timóteo 6:10. O problema é quando o coração está apaixonado pelo dinheiro. Este é o verdadeiro problema. "Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores (I Tm. 6:10)".

Evitar o dinheiro não resolve o problema, porque o problema não está com o dinheiro, está com o coração. Não fomos chamados para evitar o dinheiro, fomos chamados para usar o dinheiro apropriadamente. 


2. Mamon é um espírito atuante no mundo:

Um crente jamais se dobraria diante de uma imagem. Então, o maligno se esconde atrás do dinheiro para receber adoração. 


3. Mamon é um deus imundo:

É uma verdadeira obra da graça o fato de Deus permitir que se traga dinheiro diante dele na vida da igreja. O dinheiro é uma das coisas mais imundas que existe.

Tenho ido a seminários de batalha espiritual onde se ensina que certas roupas ou objetos carregam espírito que podem ser transferidos para as pessoas. Invariavelmente, eles fazem um fogueira para queimar todos esses objetos instrumentos de Satanás. Todavia, eu nunca vi ninguém mencionar o dinheiro ou mesmo levá-lo para ser queimado. Mas, se existe algo como espírito de transferência; então, o dinheiro transfere um espírito a todos que tocam nele.

Pense na cédula que você está carregando. Pode ser que o dinheiro que você carrega no seu bolso foi recebido por uma prostituta como pagamento, por um travesti pelos seus serviços sexuais, ou como pagamento de propina e corrupção. Pode ser ainda que por causa dele alguém foi assassinado, ou seqüestrado ou pode ser que foi roubado ou furtado de alguém. Pode ser que por causa dele pais brigaram com filhos, esposas separaram de seus maridos. Imagine se esse dinheiro não foi colocado também numa oferenda ou num despacho numa encruzilhada. A mesma nota que andou por todos esses lugares está agora na sua mão, dentro do seu bolso e junto de sua família. Isto pode representar um sério problema espiritual.

Não estou sugerindo que você jogue seu dinheiro fora, mas que o santifique. Isto somente é possível pelo dízimo e pela oferta. Jesus disse que o altar santifica a oferta (Mt. 23:19). Quando você traz o dízimo, Deus santifica os outros 90% que ficaram com você.
Todavia, isso apenas realça a tremenda graça de Deus em permitir que você seja liberto do deus desse século, trazendo a ele uma oferta em dinheiro. Ai o inverso torna-se verdadeiro, o dinheiro ofertado ao Senhor é então santificado voltando depois para ser usado pelas pessoas. Se há espírito de transferência precisamos trazer imediatamente todo o dinheiro para a Casa de Deus para que possa ser santificado e se torne instrumento de transferência de bênção para todos.


Autor: Editorial Meu Maná